Já todos os homens se interrogaram sobre qual seria a melhor maneira de abordar uma mulher. Pelos receios e angústias da rejeição, todos gostaríamos de ter um algoritmo simples para avançar sabendo que seríamos bem sucedidos. Se pesquisarmos na net, encontramos inúmeros sites com as ditas melhores frases de engate e os melhores métodos para abordar mulheres e iniciar uma conversa. Verdade seja dita: um olá costuma ser o quanto basta para iniciar uma conversa. O problema reside no passo seguinte. O que dizer depois? Mesmo com frases de engate e scripts memorizados, temos 5 ou 10 segundos de atenção. E depois? Vamos abaixo. Demonstramos os nossos medos. Transpiramos medo. Elas veem isso, viram as costas e pensam: “Cá está mais um. Que seca!” O problema não está em iniciar a conversa, mas sim em transitar para uma conversa normal. Queremos passar da fase inicial de conhecimento, da “conversa da treta”, para a intimidade, passando pela fase da ligação e empatia. Mas afinal, o que é o medo? É somente o receio de algo que ainda não aconteceu. Neste caso, o receio de ser envergonhado publicamente pela mulher. O receio de ela nos reduzir à nossa insignificância. E aí vem o ponto fulcral da questão. Se demonstrarmos coragem, mostrarmos que temos uma auto-estima do tamanho do Evereste, que conseguimos lidar com as suas provocações, encaixar nos seus testes, conseguimos o céu. Mas este é um assunto para tratar mais tarde. Voltando ao problema de iniciar uma conversa com o sexo oposto. Numa pequena pesquisa num célebre motor de busca por melhores frases de engate, obtemos sugestões como:
- És como um helicóptero: gira e boa!
- Um dia pensei levar-te no meu coração. Mas depois topei que era muita areia para o meu camião…
- Usas cuecas TMN? É que tens um rabinho que é um mimo! Acreditas em amor à primeira vista; ou tenho que passar por aqui mais uma vez?
- Contigo filha, era até ao osso!
- Quem me dera que fosses um frango para te pôr um pau no cu e fazer-te suar…
- Quem me dera que fosses um carrossel para te montar o dia todo por 100 paus…
- Não és nada má! Já tive pior e a pagar!
- Oh boa! Aposto que hoje é o teu dia de anos… Não queres vir cá soprar na vela?
- Oh boa! Até te fazia um vestidinho de saliva!
- Dás-me o teu pipi?
Eu sempre pensei que eram frases pirosas e sem jeito. Além disso, da mesma maneira que perdi uns minutos para as encontrar, outros também se deram o trabalho de pesquisar e as memorizar. Mulheres giras são constantemente abordadas com todo o tipo de material. E de certeza que já ouviram de tudo. Ao usar material de outros, estamos literalmente a preparar o nosso enterro. Digo-o por dois motivos. Em primeiro lugar, perdemos o efeito surpresa, o efeito de originalidade. Olham logo para nós com aquele olhar de “não sabes mais”? Depois, e não menos importante, é não sentirmos as palavras como nossas. Não sendo nossas, não são ditas com convicção e elas sentem isso. Sentem que somos atores de série B a seguir um guião rasca. Como ultrapassamos isso? Aí entram fatores como voz e postura. Os exemplos que, as ditas frases pirosas, funcionam. Mas precisam de ser ditas com firmeza. Devemos ter uma postura dominante. Devemos ter confiança para dar e vender. Devemos olhar olhos nos olhos, uma boa postura, ombros puxados para trás , um sorriso natural e ter uma voz calma e profunda. Nada de ter uma voz nervosa, desviar o olhar para o chão e encolher os ombros como se disséssemos “socorro socorro… Estou cheio de medo”. Devemos assumir a nossa posição de homem e não de medrosos. Frases de engate são como clichés. Funcionam. Claro que não são 100% eficazes. Outros fatores estão na equação. A disposição dela, a disponibilidade e o próprio local ditam a sorte do momento. Iniciar com “És tão boa que fiquei com tesão”, quando ela tem a família ali mesmo, é caminho certo para iniciar uma batalha campal. Em certos lugares que conheço uma frase deste género dava direito a uns tiros de caçadeira com chumbo 12. Devemos adequar o conteúdo à situação. E aí entra a observação.
Costuma-se dizer que, para avançar, não devemos pensar. Quando vemos uma mulher apetecível, devemos logo avançar, sem pensar nas consequências. Devemos avançar e aproveitar a adrenalina para nos incentivar e propulsar. No entanto, eu sempre achei que era bom analisar primeiro o cenário. O que está ela a fazer? A mandar mensagens? A telefonar? Está com ar de esperar por alguém? Que sinais manda ela? Há hipóteses de estabelecer contacto visual? Ao avançar em seco, perdemos hipótese de analisar e, com isso, podemos deixar passar oportunidades únicas. Uma amiga minha teve um relacionamento em que tudo começou de uma forma invulgar. Ela tinha um vestido preto com bolinhas brancas, ao estilo Marilyn Monroe, num dia ventoso. Aveiro consegue ser ventoso quando quer. Conseguem imaginar o que aconteceu? Em frente da biblioteca da universidade, o vestido levantou-se, ela toda atrapalhada a tentar controlar a situação. Um colega estava presente e assistiu a tudo. Olhando, sem dizer nada, olhos nos olhos, apenas sorriu. Ao cruzarem-se, apenas disse: “Tive um prazer enorme em contar as bolinhas do vestido”. Foi o suficiente para mexer com ela e permitir o início de um romance “interessante”.
Imaginemos este cenário. Uma mulher, de fato de treino, no parque da cidade, com um corpo escultural, rabo bem feito, no seu exercício de agachamento. Imaginamos logo ali uma oportunidade de usar a deixa do mimo. Podíamos chegar ao pé dela e, com um sorriso e uma voz serena, usar essa abordagem. Mas, se tivéssemos esperado um segundo ou dois, teríamos visto um cão ao lado que regressava de uma corrida louca. Isso dava a oportunidade de vir com outra abordagem melhor. Podíamos chegar ao pé do cão, ajoelhar e fazer umas festas ao animal. Ela, ao ver o cão simpatizar connosco, sentir-se-ia mais segura para conversar. Qualquer pergunta sobre o bichinho serve para iniciar a conversa. “Ohhh… Chamas-te Puca? Nome invulgar. Como se lembrou dele?” Afinal o cão aprovou a nossa presença, porque não ela também? Não esquecer que, para as mulheres, ter um animal é um substituto de uma criança. Ao ver um homem ajoelhar-se e mimar o seu menino, elas, interiormente, chegam a visualizar o homem ajoelhado diante dela a pedi-la em casamento.
As mulheres, hoje em dia, estão constantemente a mandar mensagens. No parque, como no supermercado, como nos bares, principalmente quando estão sozinhas e aborrecidas, elas têm que comunicar e verbalizar os seus pensamentos com outras. Podemos brincar com a situação. Relembro que tudo que seja original e bem-humorado é sempre bem-vindo. Será sempre lembrado como uma brisa no deserto. Podemos chegar ao pé dela, como se fosse uma conhecida de longa data, olhar directamente para ela e falar “Para de mandar mensagens, mulher. Cheguei. Desculpa o atraso. O trânsito estava de doidos.” Com um sorriso, olhos nos olhos, quantas pessoas acha que teriam essa coragem? Ai resida o truque. Ser diferente de todos, com um toque de magia e boa disposição. Criar uma imagem que ela depois possa transmitir para as amigas.
Reparem numa outra maneira de ser diferente e marcar pontos com isso. Num bar, é normal os homens chegarem e oferecerem bebidas. Resultado: a mulher aceita, bebe, agradece, vira as costas e vai-se embora. Atenção. Quando ultrapassamos a fase inicial do contacto e já estamos num nível de conversa normal, num nível em que de facto já existe comunicação e diálogo, podemos continuar a conversa com um tranquilo: “Estou com sede. Vou ali buscar uma bebida. Que bebes?”. Só fica bem. Se ela for independente, vai negar-se. Aí respondemos: “Tudo bem. Mas podes pagar a seguinte se desejares”. Oferecer uma bebida para iniciar a conversa é mesmo uma má ideia. Primeiro, dá a ideia de falta de originalidade, porque são muitos que já o fizeram antes e ela sabe que muitos mais o farão depois. Pode-se dar ao luxo de recusar a oferta ou então aceitar e ir-se embora de seguida, ficando nós ali perdidos, a vê-la ir-se embora.
Temos que ser diferentes e não parecer vulgares. Como fazer isso? Aqui vai uma ideia: oferecer um copo de água. Peça à empregada para lhe levar um copo de água e dizer que é da sua parte. Quando a empregada servir o copo e disser que foi da sua parte, ela, com curiosidade e estupefação, virará a cara para ver quem teve esse gesto insólito. Tenha um sorriso genuíno pronto, acene e faça sinal para ela vir ter consigo. Isto pode ser feito com um guardanapo, amendoins e qualquer coisa que o estabelecimento onde está nesse momento oferece gratuitamente aos seus clientes. Caso ela não venha, vá ter com ela. Não com ar temeroso, mas com ar confiante, jovial, de quem está a gostar desse momento. Chegue ao pé dela, diga-lhe ao ouvido algo como “Espero que goste da bebida. Quando estiver aborrecida, venha para este lado. Parece que estão a oferecer cocktails decentes. Venha que contamos umas anedotas e rimos um pouco.” Algo simples, diferente e engraçado. Se ela estiver acompanhada, não se esqueça de dizer um simples “Boa noite” às pessoas que a acompanham e regresse ao seu lado. Ela virá ter consigo.
Quando se fala num bar, pode-se falar de um restaurante, de um comboio ou de um avião. O que conta é ser diferente, sobressair da multidão, mostrar coragem, confiança e deixar uma marca de boa disposição para ela querer mais e querer repetir.
Lembram-se das frases que encontrei na net? Por que razão não costumam resultar? Basicamente porque não são nossas. Transmitimos medo e não mostramos que somos genuínos. Volto a repetir, as mulheres estão sempre a ser solicitadas em qualquer situação. Uma mulher gira, desde que sai de casa pela manhã até que regressa à noite, pode muito bem encontrar uma dúzia de homens que se aproxima dela e tenta a sorte. Numa semana pode muito bem contar uns setenta. Pensando numa mulher de vinte três anos, desde os seus dezoitos anos, ela terá facilmente sido abordada por umas centenas de homens, todos com um tipo de “genialidade”. Já por si, geneticamente falando, elas são mais astutas e conseguem ler melhor as nossas expressões faciais. Com esse “treino”, é fácil perceber porque somos facilmente enfiados no saco do lixo. Boa disposição e confiança. Se não temos, temos que treinar até possuirmos essas qualidades.
Cenário de terror: fazer parar uma mulher na rua. Antigamente, se precisávamos de saber as horas ou qual o restaurante mais próximo, não tínhamos problemas em parar qualquer modelo e perguntar. Mas, se fizermos isso com intenção de meter conversa para lhe dar a volta, ficamos logo com suores frios. Coisa estranha, não é? Medo. É o receio de sermos apanhados. Qual é o pior que nos pode acontecer? Ela dar um estalo? Aqui vai um segredo. Se ela insinuar que nos estamos apenas a “fazer ao piso”, só temos que reforçar a ideia que sim. “Claro que estou a fazer-me ao piso. Que mais razão tinha eu para me aproximar de uma mulher tão gira? Tinha que ser homossexual para não o fazer. Não é?”.
Fica aqui uma última abordagem. Hoje em dia abundam os restaurantes fast-food em centros comerciais e retail-parks. É normal , tanto ao almoço como ao jantar, ver mulheres sozinhas comendo. Podem ser clientes das lojas, podem ser empregadas. Estão ali sozinhas. Por que razão não havemos de chegar ao pé delas, olhá-las nos olhos e dizer: “Boa noite, quer companhia para jantar?” Só isso. Ela pode dizer que não, pode dizer que está espera de alguém ou que não lhe apetece falar com ninguém. Sorrimos e desejamos uma boa refeição. Esse é o pior cenário. O melhor? Ela aceitar. Porque não? Ela pode querer companhia. Pode querer ter alguém para conversar. Somos abertos e sinceros. Não estamos a invadir espaços nem a prejudicar ninguém. Apenas é feita uma pergunta. Quanto mais vezes fizermos isso, mais confiantes ficamos e isso transmite-se. Ao fim de algum tempo, sofremos uma metamorfose, deixamos de ser desajeitados para termos confiança em nós.